Iluminar os dias, continuando a sonhar que é possível viver...

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Setubal, Portugal
Um abraço, uma palavra, um sorriso... um caminho que poderá ser muito longo. Afinal é possível.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Pestanas e Sobrancelhas

"Gaja que é gaja tem de estar sempre linda."

Uma frase da loulou e que ja começa a ser adaptada por todas nós...como se pode ver nos comentarios do post anterior.

Passo a falar-vos dos cosméticos que utilizei. Os produtos da Talika, que comprei na perfumaria Douglas. " extenseur-cils". Bem...não pensem que são quase milagrosos e ficamos com um olhar carregado de pestanas ou com umas sobrancelhas fartas.Ajudam a disfarçar a falta delas, mas precisamos de ter algumas que não estejam com vontade de cair. Porque este extenseur tem de se agarrar a alguma sobra que ainda haja. Podem também experimentar umas pestanas que se compram em conjuntos de quarenta, mais ou menos, e que se colam, com uma cola propria, evidente. No Douglas tambem há...para dias festivos, se queremos gastar tempo nos preparativos. Demoram a pôr, mas aguentam-se bem... ficamos com um olhar pestanudo. O ficarem mais ou menos naturais depende do artista que as pôe. O extenseur custa qualquer coisa como 20€, e os postiços uns 11€. Já não me recordo bem...mas é só deslocarem-se a uma Perfumaria Douglas. Também haverá em outras, não faço ideia.
Estes produtos talika teem um gel bom para quando os tratamentos terminam, pondo este uma vez por dia, fortalece o seu crescimento. Comigo não resultou muito, porque esta guardado numa gaveta e raramente me lembro dele, e quando me lembro esqueço-me de pôr.Mas para quem tem cuidado acrescido, resulta.

Gaja que é gaja também gasta muito dinheiro mal gasto.

Querem mais truques e segredos de beleza?....

sábado, 18 de agosto de 2007

Cansaço e Solidão.

15 de Setembro 2006 (diário)



Já estou como a Otilia Lima aquando dos seus tratamentos, internada no oitavo piso do Garcia da Orta, com alguma tristeza concluia perante a sua nova imagem : " Agora, já não há motivos para terem inveja de mim... ".
É assim, quando nós estamos no cume do desespero, quando nos doi o corpo e não temos paciência para ouvir um ruido, vem-nos à memória tempos passados, e o que nos podia ter causado a doença. Como diz a Simone de Oliveira, no seu livro e dizem também os médicos :" nunca ninguém sabe". Nunca ninguém sabe o que nos provoca a doença degenerativa, contraria às leis normais da reprodução de células... porque razão o que era redondo a determinada altura, passa a ser quadrado? porque lhe é dado essa ordem contraria?....

Não sabemos a resposta... mas sabemos que a inveja é um sentimento muito feio, muito mau, que nos agride violentamente senão soubermos lidar com essa situação. E ás vezes vem de onde menos esperamos e quando menos precisamos.Mas nunca precisamos e como vem de pessoas que gostamos, tudo é pior, mais doloroso. Mais recalcado, porque sabemos, mas fingimos não perceber, queremos evitar chatices maiores. Tem sido muito esclarecedora a mente humana. As pessoas são evidentes, e bastante transparentes, também quando são más. Tenho encontrado disso ao longo dos meus dias, como todas as pessoas, afinal não somos perfeitos, nem ninguém o é. Mas cheguei a um patamar da minha vida, que penso que já não há motivos para me invejarem. Vão cobiçar a doença que me violentou o corpo? Quem perderá tempo, agora a dizer mal de mim a seu belo prazer? mas talvez me engane...



Infelizmente e com muita pena minha, tenho tido dissabores em relação a poucas pessoas, mas não deixam de me criar danos. Há sempre alguém que nos sorri, de frente... e nos cria problemas, nas costas. Tinha dias, que me sentava sozinha no meio da minha sala, e pensava que aquele era o meu mundo, e que ali ninguem me podia fazer mal. Controlar a solidão em que cai espontaneamente, aumentar a força que vem de dentro, e que só espiritualmente conseguimos adquirir, fez-me dicidir começar a frequentar aulas de yoga, no Espaço Oriental. O corpo doia-me, mas a alma estava pior... precisava tanto de mimo! precisava que gostassem de mim.Por mais fortes que sejamos, precisamos muito de apoio e carinho. Todos nós... quando passamos por isto. Quando algo assim nos acontece, precisamos muito de receber e nem sempre conseguimos retribuir. E poucos são os iluminados que entendem isso. Ou temos a sorte de conhecer pessoas altruistas e bondosas ou temos de criar defesas na pele e no espirito, para continuar...


Tinha de seguir o caminho mais acertado par me reabilitar, e ao mesmo tempo ia conhecendo novas pessoas.

Mas o objectivo é: - quando tudo parece desabar sobre a nossa cabeça em queda vertiginal...temos de nos agarrar em qualquer ponto da queda...

Sorrir ao mundo, regressar à tona, olhar em frente, muitas das vezes com uma garra de quem vai começar de novo, sem passado, sem magoa, sem ressentimentos, sem recalcamentos... afinal a nossa luta é contra a doença, não podemos desperdiçar energias em prole de outras batalhas...tudo o que houver para resolver, resolve-se no futuro, quando a doença não nos ameaçar. É assim que tem de ser...

Quando nos vimos forçosamente sentados, num recanto da lua, tudo nos ocorre... tudo nos derruba... e tudo nos dá força. Temos de ter a calma para esperar a madrugada... o Nascer do Sol.

Fui fazer análises, encontrei-me com a Maria João dei-lhe um lenço castanho, para ela usar na cabeça, porque a mim não me iria fazer falta...adoptei a peruca. Chego a casa e deixo-a meio abandonada na casa de banho... mas na rua tem sido útil.

No dia seguinte às análises, lá estava eu para a consulta, com o Dr Frederico, que me questionou sobre o periodo das tres semanas... e que me disse que eu não iria fazer tratamento. Primeiro fiquei alerta, depois um bombardeio de questões, e percebi que o que me aconteceu, é normal.respondeu-me " é sinal que o tratamento é eficaz". Estes médicos de oncologia teem de desenvolver um tipo de palestra, para nos encorajar, e eu sinto isso em particular no meu médico, que com algum humor me vai dizendo o que se passa comigo.
A queda de globulos brancos, é um dos efeitos da quimioterapia.

Os efeitos da quimioterapia sobre o nosso sangue. Temos três tipos de células: os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas. Todas estas células podem ser afectadas pela quimioterapia, que pode fazer baixar o seu número. Se o número de glóbulos vermelhos baixam, pode surgir anemia. Se o número de plaquetas diminui, podemos ter mais tendência para hemorragias. Se forem os glóbulos brancos a baixar, podemos desenvolver infecções com mais facilidade. Ora era este último o meu problema. Glóbulos brancos a menos. Se levasse outro ciclo de tratamento, poderia ser muito mais nefasto do que proveitoso para mim. Dai adiar uma semana o ciclo e levar as benditas injecções incolores na barriga ( numa prega da barriga, mais precisamente ). E havia necessidade de ser mais cautelosa, lavar as mãos sempre antes de comer. Evitar locais públicos ( mas eu sentia uma grande necessidade de andar sempre por ai, nas horas que deveriam ser de descanso). Evitar estar perto de pessoas constipadas ( o que tambem não conseguia evitar...o meu filho constipou-se, logo em finais de Setembro, o pai dele também, apanhou uma tão grande que mal conseguia falar. E eu não podia, nem queria, como é lógico, afastá-los. Sabia de antemão, que algo mau estava para chegar, sem saber como controlar isso.

Porque estava com neutropenia. Com as ditas injecções os valores subiriam e ai sim!...poderia receber o segundo ciclo. Fiquei triste, porque pretendia ficar na conversa com a minha amiga, sempre custaria menos estarmos as duas no hospital de dia, e não vai ser assim... terei de esperar uma semana. E ela ja vai fazer hoje o terceiro ciclo. Toda animada, com dois lenços interlaçados na cabeça, um azul e um vermelho. Sempre muito aperaltada, na sua bijuteria a condizer e roupa jovial.

A primeira injecção, foi me dada na barriga por uma enfermeira do hospital de dia, e as outras eu iria levar nos dois dias seguintes, pela mesma hora, a uma senhora que mora perto. Deslocava-me antes do jantar à casa dela, e lá me dava ora no braço, ora na barriga, as seringadas .
Não doi a levar, é uma injecção com um liquido fino, incolor. O pior vem nas horas seguintes. Provoca repuchões nos ossos, principalmente nas costas, e nas pernas.Parecem choques eléctricos, descargas em ondas magnéticas, formigueiro, que me deixavam sem posição para estar...nem deitada nem em pé. Mas a maior parte dos dias em que levava as injecções recolhia-me no sofá a ler, o pior claro está era a partir das seis da tarde, com os banhos, os jantares...e a minha falta de paciência acumulada. Mas tudo se faz, e o dia seguinte aparece e recarrega-nos as baterias.E o amor pelo meu filho está acima de qualquer fadiga, tenho de ultrapassar a minha má disposição e pôr-me fina... ele é um bébé, e eu uma matulona. Tenho de ser forte. Os dias seguintes às injecções, decorriam dentro da normalidade. Passeava pelos foruns, ia ver exposições, recorria às salas de cinema pelas 14 h para comer um gelado, ou pipocas, que eu adoro!.... e aproveitava e via um filme que estreasse nessa semana...estas deligências a maior parte das vezes eram feitas sozinha. Mas outras, ia com a Mila, com o João ou com o Tiago
Aproveitei e numa ida à loja do cidadão a Setubal, olhei para dentro de um salão de cabeleireira, como só vi lá as profissionais com o salão às moscas, entrei e disse a uma: importa-se que saia um pente três?... ela olhou, sorriu, não fez perguntas, o meu cabelo pelos ombros, já estava a ficar muito fino. O meu marido com o meu filho ao colo aguardavam no corredor, a fazerem palhaçadas para eu me ir rindo. E foi muito animado aquele momento, que sempre pensei ser bem mais dificil.

Finalmente chegou o dia do segundo ciclo, tudo se repetia desta vez com um enfermeiro que não lembro o nome, do hospital de dia, que me dizia que a peruca parecia muito natural, ainda mais porque eu levava-a com uma fita de cor que me dava um ar jovem.
Ponto numero um: podia estar desfeita, triste, dorida, mas nunca saia de casa, sem ser com uma maquilhagem, que nem por sombra de duvidas, me daria aspecto de doente. Temos de estar sempre bem, olhar para o espelho e gostar do que vemos. Melhor, a confiança em nós tem de ter uma fasquia bem alta. Tentava conseguir uma imagem trabalhada, mas o mais natural possível. As pestanas e as sobrancelhas começavam a cair, devagar, mas já tinha em vista o que iria substitui-las: idêntico a um rimel, mas era uma escova que larga fios comparados às sobrancelhas e pestanas, que agarram às que nos restam. O problema era nas horas seguintes, quando algum fio daqueles caia para dentro de um olho, era esfregar até ficar vermelho, mas limpo. Enfim, uma tortura! ...haviam dias em que tudo corria melhor...

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Encontro dia 1 de setembro de 2007...

É para lembrar a alguns e convidar outros que queiram participar no nosso encontro, que será dia 1 de Setembro em Lisboa. O local e a hora será participado aos interessados via email.

É um encontro para nos conhecermos e confraternizarmos... enfim, tornarmo-nos conhecidos uns aos outros ao vivo e a cores. Penso que vai ser muito agradavel, quem vier por bem, junte-se a nós, da irmandade da blogosfera. Há quem nos chame "amigas do coração" também " amigas do peito". Não interessa nada!... a finalidade é que conta e essa é: dar e receber apoio, constituir amizades.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O Miguel e a mudança de escolinha...



Diário: setembro de 2006 (cont.)

Durante as três semanas seguintes ao primeiro ciclo de quimioterapia, ainda antes do cabelo ficar fraco, fui ter com a Paula, ela que me tem lavado os cabelos e penteado, desde que sai do hospital. A Ni ou o Joel, levavam-me ao salão, porque eu não podia conduzir ainda..A minha sobrinha Diana a ultima vez que lá fomos, veio de lá muito envaidecida com uma madeixa azul, da cor do vestido de dança . Com as unhas cheias de florinhas pintadas. A Paula cabeleireira, tem uma irmã, que eu não conheço, mas ela sensibiliza-se bastante, quando falamos no assunto.Ainda que eu note (até em mim), que este assunto "quimioterapia", já não me faz dor, nem medo, já não me é desconhecido. Eu e ela, brincamos, falamos, sobre tudo que nos ocorre, quando chega ao assunto" cancro", ela começa com as palavras a sairem tremidas, vê-se uma lágrima que teima em cair. Contou-me, logo no início, quando soube o que se passava comigo: " ...a minha irmã -está tudo a correr bem- só teve de fazer radioterapia, e agora está só sob vigilância. Mas sofri tanto, durante todo este processo, e ainda sofro!... pode sempre voltar!..."- lembro-me, de não lhe ter dito nada, mas pensei: mas ela está bem, já se acabou a prevenção, agora é a luta de todos os dias com mil e um problemas para pensar, para resolver, construir os objectivos, enfim! Viver ... estar sobre vigilância, parece-me uma posição muito segura, "um menos mal".

Tempos depois, quando acabei todos os tratamentos, percebi então o que era o medo, o receio de deixar de estar bem, aquilo que a Paula e a irmã sentem desde então. O Dr Gil, meu amigo, e irmão de um amigo antigo, o Beti, cunhado de uma amiga de longa data também, a Mila: dizia-me tempos depois, estava eu a acabar os tratamentos e a fazer acunpuctura, na sua clinica em Palmela... " quando acabarem os tratamentos e fizeres os primeiros exames, estás na mesma posição que os outros que nunca tiveram a doença. Não adianta pensares nisso, ou quando pensares, pensa que nunca mais volta, porque nunca mais vai voltar. Por favor, não estragues os teus dias a pensar o que o amanhã será ".

A Paula cortou-me os cabelos pelos ombros e o que cortou ficou alinhado com elasticos, para fazer a peruca.

Mas o mês de Setembro decorria menos mal, as melhoras da cicatriz eram visiveis, fazia visitas regulares ao escritório, onde era muito acarinhada. O meu filho, mudou de escola, saiu do colégio onde estava desde os três meses e meio e passou a fazer parte dos registos de outra escola. Não foi fácil a mudança, principalmente pelos motivos que eram. No mês de Agosto tinha tudo corrido como era esperado, mas eu estava um pouco pessimista, achava que a qualquer altura o quadro clinico poder-se-ia alterar, estava a usufruir de baixa, e os meus rendimentos estavam a escassear a olhos vistos. Não sei o porquê mas, até no negócio do meu marido, a crise era uma análise adquirida. E se eu consigo ter uma visão muito aclarada de um negócio, estava irreconhecível a queda, uma grande queda. Quanto muito, podiamos concluir que os negócios estavam maus em todos os ramos, e a cair desastrosamente neste verão. Devido ao aumento das taxas de juro dos empréstimos, créditos mal parados, desemprego farto, em algumas empresas grandes aqui do Distrito de Setubal, o que também já não é novidade neste distrito de à longa data, que agora encerraram portas. O meu pessimismo, também passava pela parte financeira, é claro.Sempre tentei ser o mais providente possível ao ponto de saber quando posso gastar muito, e quando tenho de poupar. Mas a doença não foi prevísível, apanhou-me desprevenida em todos os aspectos. Os 65 % do meu ordenado declarado, era gasto agora, sem o ver. Enfim! duras as opções.
Mas relativamente à escola do Miguel, graças ao esforço da minha tia Dorinda conseguia junto da direcção da escola, uma vaga, durante o periodo em que eu estava no pré operatório. Iria pagar um terço do que pagava antes. E felizmente, não fiquei arrependida da mudança. Porque sabia de à muito, que esta escola apesar de ser grande, tem muitas crianças, demais!... mas, em contrapartida, tem um espaço exterior enorme, é muito agradavel, com espaços verdes para eles brincarem, e tive tambem a felicidade de ter lá muitas colegas minhas antigas,do ciclo e da escola secundaria, que se esforçaram para que os dias do meu filho fossem uma mais valia para o meu bem estar. Bem hajam, a Carla, a Ana, a Maria, a Cristina, a Manuela, a Né, a Bé, a Luisa, a João, a Ana Paula, entre outras.

O colégio deixou lembranças bonitas no Miguel, ainda hoje, ele diz que tem duas escolas.E quando vê as donas, a Ana e a mãe, reconhece-as de imediato, chamando a última de " Avó".Enfim...

Um beijo...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

REIKI

Reiki é, entre muitos outros, um método terapêutico baseado na transferência de energia vital universal. Reiki é uma palavra de origem japonesa composta por duas sílabas: Rei - força cósmica e Ki - energia vital (presente em tudo o que é vivo).
A energia vital, ou Prana, é uma energia "inteligente", flui para onde é necessária, presencialmente ou à distância. Harmoniza o corpo, a mente e o espírito.
Reiki é:
· uma técnica de "imposição de mãos"
· utilizável em qualquer lugar ou situação
· uma energia que activa, restaura e reequilibra a energia do receptor
· um método de cura natural, profiláctico e de manutenção (diária) do bem-estar que pode e deve ser usado em colaboração com outras terapias ou com as medicinas (Convencional ou Tradicional)
· uma prática que, se diária e/ou frequente, liberta energias bloqueadas em todos os níveis: físico, emocional, mental e espiritual, promovendo assim o crescimento pessoal.

Reiki é Amor Incondicional.

O terapeuta Reiki é aquele que, para além de canalizar e transferir a energia vital, auxilia quem o procura no caminho do auto-conhecimento.
Não cura mas ajuda e colabora no possível processo de auto-cura.
Não deve permitir uma relação de dependência entre ele e o receptor.
Deve, antes de querer ajudar os outros, cuidar de si mesmo.

Massagem Ayurvédica...contin.

Ainda sobre o mesmo tema da massagem ayurvédica, já estou esclarecida. Alda amiga, o que tu escreveste no comentário feito no post anterior, não deixa de ter a sua veracidade. Mas é assim, e isto de fonte segura ( pelo menos, para mim): a massagem seja ela qual for, se feita com mãos, não provocar dor, não interferirem aparelhos electromagnéticos ou eléctricos, não sendo feita durante os tratamentos de quimioterapia ou radioterapia, não nos pode fazer mal, nem sequer desencadear doença oncológica. De facto, a salvaguarda será, quem tem cancro avançado. E ainda sim, haverá massagens de relaxamento, com o intuito de libertar toxinas, leves, que podem ser bem proveitosas. Como o Dr Nelson Pinto, me exemplificou quando lhe questionei sobre esta duvida, que tinha surgido: " é um dado cientifico, que quando alguem tem uma dor, se o seu corpo for afagado por outro, esse afago chega sete vezes mais rapido do que a dor."

Isto é, fazendo a massagem com amor e dedicação, com mãos, como são as massagens recebidas pelos familiares e amigos, não provocando dor, não sendo recebidas abruptamente, são uma mais valia.

Mas como diz a Alda e muito bem, Reiki, é uma terapia tambem proveitosa e que nos faz bastante bem.Mas sobre o reiki farei um post a seguir.

sábado, 4 de agosto de 2007

Massagem Ayurvédica Tradicional


A massagem ayurvédica tem seguramente mais de 5 000 anos de aplicação. Ayurveda deriva de duas palavras sânscritas: " Ayur" que significa " vida" e "Veda" que significa " conhecimento", ou seja, significa o conhecimento da vida humana.

Consiste numa técnica de massagem profunda que alia movimentações vigorosas em toda a massa muscular, além de estimulação de pontos e orgãos vitais visando o equilibrio fisico, mental e espiritual.
Objectivos: devolver o equilibrio corporal
reequilibrio dos chacras
proporciona o rejuvenescimento
realinhamento da estrutura ossea e muscular
fortalecimento do sistema imunológico
desintoxicação do organismo, liberta as toxinas e energia vital
bloqueada.
Benéfica também como terapia auxiliar.

Não deve ser feita em pessoas com tenham cancro avançado.

Para relaxar, mas tambem para desintoxicar fiz hoje a segunda massagem ayurvédica. A minha amiga Renata Costa, muito entendida em medicina indiana, acabou agora recentemente um curso de massagem ayuverdica e telefonou-me: " Isa, gostarias de fazer?"...Pensei e conclui que tudo o que vem por bem, de pessoas positivas e que gostam de mim, só me pode fazer bem. Eu e a Renata andamos as duas, nas aulas de yoga no inicio da minha quimioterapia, ela muito dotada, muito crente eu muito dorida e cansada. Nunca consegui o relaxamento necessário, fazia as àsanas, e para além dos alongamentos, as mantras... mas os proveitos foram poucos, talvez por ter sido naquele periodo. Por a conhecer e saber das suas crenças pensei logo que as massagens seriam proveitosas para mim, seriam sem duvida, mais feitas com o coração, do que com as mãos.E como me disse um dia o Dr Nelson Pinto, um senhor que eu venero por ver tanta sensibilidade e bondade aliadas a tanta sabedoria, disse-me um dia numa consulta, depois de já eu ter terminado a radioterapia: "Agora tens que acarinhar e mimar o teu corpo, voltar a olhar para ti como antes, não te esqueças que é o corpo que transporta, enquanto por cá andarmos, a nossa Alma, temos que o tratar bem". É budista, sofrologista com um curriculum recheado, leu-me na alma, a doença e a cura. A seu tempo ele irá aparecer no meu diário, mas digo-vos desde já, que estive à espera de uma consulta com este senhor uns meses...de maio a novembro de 2006. Mas depois disso, Meu Deus... que disponibilidade, que ser humano bonito e preocupado. Recordo-me de uma noite em que já estava a adormecer, deveria ser perto da meia noite, quando ouvi sinal de mensagem no telemovel... " qual é o nome do teu blogue?" perguntava-me. Já foi, à uns dois meses, talvez.

Se alguem quiser os contactos é só pedir via email. E não é publicidade o que estou a fazer, eles não precisam... é porque me fazem bem.

Boa continuação de férias a quem as está a gozar. Para os outros, bom trabalho. Mas para todos: MUITA SAUDE.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Para o André...


Para finalizar o tema, sem querer prender-me muito nem alongar-me na prosa, como começa a ser meu hábito, impõe-se o ter que deixar aqui umas palavras ao André, porque um dia, quem sabe ele vem aqui ler-me?....quando aprender a ler, evidente. Estas paginas virtuais aguentam-se por aqui tempos largos. E agora o que ele tem de aprender é sobretudo, a domesticar a saudade.

Sem a mãe por perto, mas tendo o apoio do pai, dos avós, dos tios, enfim... ele vai encontrar a melhor maneira de preencher o vazio deixado. Rever a mãe nas fotos, nas palavras das outras pessoas, um dia talvez o ajude... - também eu tenho que te deixar o testemunho, André...

Queria e esforço-me para aceitar uma despedida aos 38 anos de uma amiga...como foi esta, a da Maria João. Não entendo como é que o homem vai passar férias à lua e não consegue descobrir o remendo necessário para uma cura de metastases, desta maldita doença.Será assim tão improvável e utópico as pessoas ficarem até velhas, e partirem já fartas de viver, quando o dicidissem?...

Ainda não chorei a morte da minha amiga.

Chorei muitas lagrimas por ela, na vida que se tinha tornado um fardo tão pesado.

Cairam-me lágrimas quando o marido me telefonou e bastou dizer: " sou o marido da Maria João". Cairam algumas quando a vi coberta de flores, serena, nessa mesma noite. Não fui ao funeral. Pedi desculpas ao marido por não comparecer no dia seguinte, mas não me sinto tão forte ao ponto de a ver descer à terra. Quero recorda-la ao cheiro das margaridas que lhe dei, e lhe cobri os pés.
A mãe guardava o corpo da filha, como se de um tesouro se tratasse, e era-o... " a minha princesa"... dizia ela debruçada no regaço da sua menina. Dei-lhe um beijo, na senhora sua mãe, ... ela destapou o rosto da sua menina, para que eu visse como estava serena, e em paz.

Perguntei-lhe pelo André... perguntei ao pai pelo André... "o que se há-de fazer?" respondeu-me o pai do menino.Eu não disse nada, mas pensei: " eu sei o que vou fazer.", depois de tudo isto passar, vou manter-me por perto... em vigia. Uma das grandes preocupações dela, era o não puder ajudar o filho a crescer...por isso, sem que o pai leve a mal, vou-lhe pedir para me deixar ver o menino em alturas festivas, pelo menos... apesar dela o vigiar lá do céu...eu vou-lhe dando uma mãozinha, cá na terra.

Recordo o dia em que a MJ me telefonou e quase que me ordenou " vais ter de comprar um telefone na optimus, eu ja comprei, numa promoção dos 9.90 €,
assim pudemos estar mais tempo ao telefone sem gastarmos tanto". Tal menina bem mandada, foi o que eu fiz, eu que sempre evitei ter mais do que um telemovel pessoal, e o telefone da empresa. Mas impunha-se a compra do dito cujo.

Conhecia-a à um ano atrás...numa altura bem dificil das nossas vidas... altura em que o futuro se apresentava muito pouco desenhado nas nossas mentes. Fugazes pensamentos atormentavam-nos. A força que nós davamos uma à outra, muito antes de iniciar o meu caminho na blogosfera, era como àgua para o corpo. Falar com alguem que entendia na pele, e no mesmo tempo, e no mesmo espaço, o que se passava com cada uma. Começamos a quimioterapia, ela primeiro que eu...acabou-a tambem primeiro. Repetiu exames, e tinha dois nodulos na parte abdominal... telefonou-me tranquila, estava eu a iniciar um almoço de rodizio de peixe em Setubal, um domingo. E disse-me: tenho que começar a despedir-me de ti amiga...quero que saibas que a médica me disse isto: "o seu futuro é hoje". Esta frase nela teve um efeito devastador... nos dias seguintes, tentou remediar os pensamentos menos positivos, e já falava novamente em esperança, coragem, mas no fundo ela já estava a mentalizar-se para o pior...sei lá eu ou alguem o que é pior?

Mais uma serie de quimio, mais exames, mais resultados negativos...agora na cabeça. "Era mau o que tinha" disse-mo ela... era da pior especie...rapido...idestrutivel...fulminante. Teve necessidade de procurar Deus, na sua propria casa, e dicidiu conhecer as palavras Dele...todas as quartas feiras lá ia, até fazer a 1ªcomunhão. A familia fez-lhe uma festa, na casa de um parente, sabiam o quanto era importante aquele dia para ela. Todos os pecados perdoados, não acredito que os tivesse, mas foi como um renascimento. E a MJ ficou tão feliz durante uns dias, que até me dizia " até as dores desapareceram".Ela não tinho pc em casa, e nesse dia da comunhão mandou-me uma fotografia, sabia que eu a meteria no blogue e lhe daria os parabéns...disse-me que tinha ficado envaidecida porque todos viram a foto e a minha mensagem, durante a festa.Até deixou uma mensagem nesse post... e só me dizia " Isa tu estás nua naquela foto no inicio do blogue....ganda maluca!"...sabes lá se sou eu?....respondia-lhe entre gargalhadas...que dia aquele meu Deus...ela estava feliz.

Os objectivos dela para o futuro eram: cuidar do menino, estar com o marido, que ela amava de paixão, ajudar os idosos a troco de sorrisos num lar perto de casa, fazer voluntariado no Garcia da Orta, ajudando as mulheres a porem os lenços na cabeça, tipo turbantes, com tranças nos tecidos...ela sabia fazer coisas girissimas com um ou dois lenços. Era só isso, que ela pedia...que ela queria...

Chorou, ficou chocada, com o facto das pessoas que ela conhecia de à muito tempo, lhe terem virado as costas, quando ela ficou doente.
Não alimentava rancores, ficava por vezes triste com as coisas que os médicos lhe diziam... mas acabava por me dizer que eram uns amores, ela é que já estava...saturada da doença.


Decerto, o tempo passará e tu ficarás um jovem com uma vida linda pela frente,
com o mesmo espirito lutador e solidário da tua mãe.Os teus valores estarão no teu coração, só tens de os ouvir...

Um beijo