Não acho nada justo, haver um dia da mulher. Supostamente, e por exclusão, todos os outros serão dos homens.
Não posso assim concordar com os festejos que algumas amigas e conhecidas minhas fazem neste dia. Não é justo para nós mulheres aceitarmos que temos um dia em que recebemos uma flor em certos supermercados e lojas diversas, umas músicas aligeiradas nas radios, até da escolinha o meu filho me fez um coração em que escreveram: dia 8 de março, dia da mulher.
Que mais temos nós mulheres de aceitar ? hoje em dia somos um todo, homens e mulheres em pleno sec.XXI com uma realidade diferente do seculo passado.Bem sei que continuam a existir injustiças, e por vezes são evidentes, em nada disfarçadas, continuam a desrespeitar a nossa condição enquanto seres humanos . E a aceitação deste festejo é um deles. Para mim, este dia é igual a todos os outros.
(Em 1910, numa conferência internacional de mulheres, realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". A data foi adoptada pelas Nações Unidas, em 1975, para recordar as conquistas económicas, sociais e políticas das mulheres e as discriminações e violência a que muitas ainda são sujeitas, no mundo.)
Aos senhores da ONU, que bem merecem por esta louvável homenagem... se bem que tenho mais vontade de os mandar plantar couves de Bruxelas no deserto do Saara, aqui vai um poema:
Que posso eu dar à vida
Que te posso dar a ti?
Dar-te nada é dor contida
sensação do estar perdida
quando há tanto para dar...
Mas, olha a flor que nasceu
e é discreta no crescer
bebe-lhe a cor, o perfume
sente-lhe o canto da Alma
que convida o nosso olhar
a ser Paz, sem solidão.
Assim se faz um caminho
com Alma de peregrino
que a todos por quem se cruza
sabe passar a mensagem
que leva no coração.
Maria José Almeida
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